sábado, 2 de maio de 2009

Porque cada vez está-se mais difícil de se passar desapercebido.
Devo de admitir que, eu nunca chamei muito a atenção, nunca fui de falar muito com pessoas que não conhecia... Sempre fui de preferir ficar na minha em casa, ir para Silves andar de patins, e simplesmente ficar...

E por estranho que pareça, eu gostava e ainda algumas vezes gosto de fazer isso. É um dos muitos benefícios de morar no campo. Quando se quer ficar em casa para relaxar e deixar o mundo para trás é bastante fácil de se conseguir porque não existem muitas distracções.

No outro dia ia no carro com a minha mãe (há já umas belas de umas 2 semanas) e ela vira-se para mim e diz: "é triste não é?" e eu fiquei naquela de o que?! à qual ela me respondeu sem eu dizer nada "aquelas mulheres, todos os dias ali sentadas no café, a ver as pessoas a passar... a deixar a vida correr" e é nestas alturas em que pensamos na vida... que nada é infinito...

E nisto dei por mim a pensar no que seria daqui a 30 anos... como seria a minha vida... o que iria abdicar no caso de ser preciso... se estaria em Portugal ou não...

E depois pensei que, o final definitivo disto, o que iria definir o que me iria acontecer, estava e está mais próximo do que eu quero/queria. Este ano acabo o 11º ano e passo para o 12º ano... Faltam 5 semanas para a escola acabar.

Este ano vou tornar-me activa, vá digamos, no mundo do trabalho e a partir daqui será sempre um ciclo vicioso.... se bem que, nas carreiras, para alem dos lambe-botas, à sempre os famosos "amigos interesseiros.." ... e eu que sou tão ingénua nas amizades....

Mas porque a vida é agora e não depois, tenho de ver se deixo de parte a grande parte de convites vá digamos, "sociais" e me concentro no que é realmente importante neste momento...

E com isto tudo de pensar no que a minha mãe disse, aparentemente, tenho mostrado a minha preocupação involuntariamente na minha cara... Até a minha professora de português me perguntou o que se passava comigo por eu andar tão "murchinha e cansadinha" ...

E o melhor, é que a conversa foi no mesmo dia em que eu fui lá à tal consulta de biorgonomia e que eu descobri que não estava na área certa.

Acho que sou daquele tipo de pessoas que preferia mil vezes passear, viver a vida do que ficar sempre no mesmo lugar, a fazer sempre a mesma coisa todos os dias, conviver sempre com as mesmas pessoas, a mesma rotina todos os dias. É por isso que dizem que "esta altura é a melhor parte das vossas vidas" e é verdade, porque, mal acabemos a universidade e comecemos a trabalhar, vamos deixar de viver a vida. Vamos passar a viver uma rotina.

E eu acho isso um raio de desperdício de vida e porque?!
Por causa do raio do consemismo! Por causa da necessidade de ter dinheiro para viver! Se não houvesse esse dinheiro, não haviam pessoas gananciosas, egoístas, egocentrista, pobres nem ricas. Todos viemos ao mundo e todos temos o direito de viver a nossa vida. Ninguem é mais que ninguem.

Se não houvesse dinheiro, não havia também a crise. E estas pessoas agora, sem dinheiro e sem trabalho, estão desesperadas porque, sem dinheiro não há uma vida em condições e, a hipótese de lhes calhar a sorte grande para passar por estes momentos é uma num bilião...

Eu não dou muito valor ao dinheiro mas devia de dar. Eu acho que se me tivesse de me comparar a alguém, iria comparar-me ao Chris McCandless do Into The Wild.
Eu iria para bem longe apreciar a vida como ela é e não uma vida moldada à necessidade de uma comunidade.
Tenho Dito.


1 comentário:

D. Resende disse...

Só por te teres comparado com o melhor ser humano que possa ter existido (Chris McCandless), acho que comecei a gostar mais de ti.

É "egoísta" que se escreve, btw.

"Acho que sou daquele tipo de pessoas que preferia mil vezes passear, viver a vida do que ficar sempre no mesmo lugar, a fazer sempre a mesma coisa todos os dias, conviver sempre com as mesmas pessoas, a mesma rotina todos os dias." Qualquer um é este tipo de pessoa. Preferem sempre viver do que seguir a tal rotina todos os dias. Irá sempre acontecer isto, quer queiras quer não.